Brasil é o 2º país com mais pedidos de patentes no INPI — mas ainda engatinha na transferência de tecnologia
O Brasil aparece como segundo maior depositante de patentes de invenção no INPI em 2024, com 23% dos pedidos, atrás apenas dos Estados Unidos (28%). Ao todo, foram cerca de 25 mil pedidos no ano, com China, Alemanha e Suíça também figurando entre os principais solicitantes.
Mas por trás dos números promissores, está um desafio crônico: a maioria dos pedidos vem de empresas estrangeiras, e a transferência de tecnologia ainda é limitada.
Alguns pontos críticos:
- Muitos pedidos são extensões de patentes registradas no exterior.
- A maior parte das transferências ocorre entre matriz e subsidiária, sem efetiva disseminação do conhecimento no país.
- Poucos desses ativos resultam em produção ou inovação local.
Para mudar esse cenário, é necessário um ambiente mais favorável à inovação, com melhoras no marco regulatório e incentivos à pesquisa, desenvolvimento e produção nacional.
O Brasil é um mercado relevante e com capacidade técnica reconhecida, o que leva empresas globais a protegerem suas inovações por aqui — mas proteger não é o mesmo que compartilhar.
A questão estratégica é: como transformar volume de patentes em inovação real no território brasileiro?
É hora de pensar em políticas públicas e parcerias que incentivem a internalização do conhecimento e não apenas o depósito de patentes.
Fonte: O Globo
