Indústrias inovadoras apostam em maior investimento em P&D em 2025, revela pesquisa do IBGE

Adriana Brunner • 25 de março de 2025

A expectativa para 2025 é de crescimento nos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) por parte das empresas industriais inovadoras. Segundo a Pesquisa de Inovação (Pintec) Semestral 2023, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 49,1% das empresas desse segmento planejam aumentar os recursos destinados à inovação em comparação com 2024.


O estudo, realizado em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), também aponta que 48,8% das indústrias inovadoras pretendem manter o nível de investimentos em P&D do ano anterior. Apenas 2,1% delas prevêem uma redução no montante alocado.


Inovação e desafios no setor


De acordo com Flávio José Marques Peixoto, pesquisador do IBGE, uma empresa é considerada inovadora quando lança "um produto novo ou substancialmente aprimorado, ou um processo de negócio novo ou substancialmente aprimorado". Os dados refletem um otimismo considerável no setor, que, apesar dos desafios econômicos, segue priorizando a inovação e o desenvolvimento de novas soluções.


Mesmo com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria em 3,4% em 2024, entidades do setor alertam para uma possível desaceleração da atividade industrial devido ao aperto monetário e à piora das condições financeiras observadas nos últimos meses. Por outro lado, a aprovação de recursos de instituições governamentais para projetos de inovação na indústria cresceu expressivamente em 2024.


A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) registrou um aumento de 232,8% nas aprovações de recursos em relação a 2023, totalizando R$ 22,3 bilhões no ano passado. Na Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), os 610 projetos financiados somaram R$ 1 bilhão em investimentos, um recorde para a instituição.


Empresas não inovadoras adotam postura mais conservadora


Em contrapartida, a pesquisa do IBGE revela que as empresas não inovadoras têm uma perspectiva mais conservadora. Pelo menos 69% delas pretendem manter os investimentos em P&D no mesmo nível de 2024, enquanto 29,8% planejam aumentar os recursos. Apenas 1,2% dessas empresas informaram que reduzirão os investimentos na área.


No geral, a taxa de investimento em P&D tem relação direta com o porte da empresa. Em 2023, 73,6% das empresas com 500 funcionários ou mais apresentaram inovação. O percentual caiu para 70,8% entre aquelas com 250 a 499 funcionários e para 59,3% entre empresas com 100 a 249 empregados.


Inovação na indústria recua pelo segundo ano consecutivo


Apesar do aumento projetado nos investimentos em P&D, a taxa de inovação na indústria caiu pelo segundo ano consecutivo. Em 2023, 64,6% das indústrias brasileiras inovaram em produtos ou processos, abaixo dos 68,1% registrados em 2022 e dos 70,5% em 2021.


Os setores que lideram a taxa de inovação são:


  • Fabricação de produtos químicos (88,7%)
  • Máquinas e equipamentos (88%)
  • Equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos (85,3%)


Em termos de abordagem, as empresas foram mais inovadoras em processos de negócio (51,0%) do que em produtos (48,0%).


Principais desafios para a inovação


O estudo do IBGE também apontou que 47,6% das empresas inovadoras encontraram dificuldades para inovar em 2023, uma ligeira melhora em relação a 2022 (47,9%) e 2021 (59,1%). Os principais desafios enfrentados foram:


  • Instabilidade econômica (44,2%)
  • Capacidade limitada de recursos internos (42,1%)
  • Concorrência acirrada (41,4%)


Mesmo diante dos desafios, o aumento dos investimentos em P&D para 2025 sinaliza um compromisso forte com a inovação na indústria brasileira, que segue como um dos pilares para a competitividade e o crescimento econômico do setor.


Fonte: Exame

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