Castanha de Caju de Serra do Mel: a nova IG que reposiciona o RN no mapa estratégico da qualidade brasileira
A conquista da Indicação de Procedência (IP) para a Castanha de Caju de Serra do Mel marca um ponto de inflexão no desenvolvimento produtivo do Rio Grande do Norte — e insere o município no grupo seleto de regiões brasileiras que transformam tradição, terroir e organização produtiva em ativo econômico e reputacional.
Implantada nos anos 1970, a cajucultura de Serra do Mel se consolidou graças ao solo favorável, ao clima semiárido e, sobretudo, à força da agricultura familiar integrada a pequenas agroindústrias. O resultado é uma cadeia produtiva que combina origem, qualidade e escala sustentável: são cerca de 13 mil hectares cultivados e mais de 80% da produção beneficiada destinada à exportação, movimentando a economia local, reforçando o turismo — como a tradicional Festa do Caju — e sustentando o título de “Capital da Castanha”.
O reconhecimento como IG funciona como um selo de confiança que diferencia a castanha potiguar no mercado global, elevando seu valor e protegendo sua reputação. O trabalho do Sebrae no RN foi decisivo nesse processo, ao apoiar produtores e reestruturar a governança da cadeia. A reativação da Coopercaju surge como peça central da estratégia: uma forma de recuperar competitividade, garantir escoamento da produção e reposicionar Serra do Mel entre os grandes players nacionais.
No plano nacional, as IGs já demonstram seu potencial econômico: há casos de valorização de até 300% após o registro — reflexo direto da capacidade de capturar a singularidade do território e convertê-la em diferenciação de mercado. Com a nova IP, o Brasil chega a 157 Indicações Geográficas, fortalecendo ainda mais seu portfólio de produtos de origem.
Para Serra do Mel, entretanto, o impacto vai além dos números: a IG consolida um patrimônio construído ao longo de décadas, assegura identidade própria à castanha local e cria novas oportunidades de renda, inovação e desenvolvimento territorial. É o tipo de vitória silenciosa, mas profunda, que transforma cadeias produtivas e projeta regiões inteiras para novos patamares de visibilidade — dentro e fora do país.
Fonte:
SEBRAE Rio Grande do Norte












