Projeto Prevê Revisão do Código Civil com Novas Regras para Influenciadores Digitais

Adriana Brunner • 11 de outubro de 2024

Com o rápido crescimento do marketing de influência, o Brasil busca atualizar sua legislação para lidar com as mudanças trazidas pelo ambiente digital. O Código Civil, que está em vigor desde 2002, foi criado antes da ascensão da internet e, por isso, carece de regras claras para influenciadores digitais e usuários das redes sociais. Em 2023, uma comissão de juristas iniciou a revisão do Código Civil, trazendo propostas que podem impactar diretamente esses profissionais e o ambiente virtual.


As mudanças sugeridas incluem um novo capítulo dedicado ao Direito Digital. Abaixo, destacamos os principais temas do projeto de revisão:


  1. Transparência na publicidade: influenciadores serão obrigados a informar quando um conteúdo é patrocinado, promovendo maior confiança entre criadores de conteúdo e seguidores.
  2. Responsabilização por conteúdo: influenciadores e plataformas digitais serão responsáveis por informações falsas ou enganosas, com o objetivo de combater a desinformação.
  3. Regulamentação da profissão: proposta de criação de um registro profissional para influenciadores e um conselho de ética que irá fiscalizar práticas e definir normas de conduta.
  4. Atualização dos direitos autorais: busca-se um equilíbrio entre a proteção de criadores de conteúdo e a liberdade criativa dos influenciadores ao utilizarem músicas, imagens e outros materiais nas redes sociais.
  5. Proteção de dados e privacidade: influenciadores deverão seguir rigorosamente a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), garantindo o uso correto e ético das informações dos seguidores.
  6. Remoção de conteúdos sensíveis: proposta de remoção de materiais prejudiciais, como imagens íntimas, pornografia falsa e conteúdos envolvendo crianças e adolescentes, reforçando a proteção dos direitos individuais.
  7. Patrimônio digital: estabelecimento de regras para a gestão de bens digitais, como perfis de redes sociais, criptomoedas e contas de jogos, permitindo sua inclusão na herança.
  8. Segurança cibernética: a revisão visa garantir maior proteção no ambiente digital, mantendo a legislação adaptável às novas tecnologias.


Com essas mudanças, o ambiente digital no Brasil pode se tornar mais transparente, seguro e ético, promovendo maior responsabilidade para influenciadores e plataformas digitais. O projeto ainda está em desenvolvimento, mas promete transformar a relação entre criadores de conteúdo e seu público, criando uma legislação mais clara e eficiente, adequada às demandas do ambiente digital em constante evolução, de forma a trazer segurança jurídica e modernização no contexto digital.


Fonte: Correio Braziliense

Quando a origem é a marca: o café arábica do Caparaó conquista o mundo com Denominação de Origem
Por Adriana Brunner 1 de agosto de 2025
Nas montanhas que unem o Espírito Santo e Minas Gerais, um café especial está mudando vidas, valorizando territórios e ganhando o reconhecimento que vai além da qualidade: ele agora tem Denominação de Origem (DO).
Gradiente: muito além do “iPhone brasileiro”, um símbolo da indústria nacional
Por Adriana Brunner 31 de julho de 2025
A disputa judicial entre a Gradiente e a Apple pelo uso da marca “iPhone” no Brasil pode ter terminado em 2023, mas o caso ficou marcado como um lembrete da força — e da fragilidade — da indústria brasileira de tecnologia.
Nova regra do INPI abre caminho para o registro de marcas genéricas, descritivas e slogans
Por Adriana Brunner 30 de julho de 2025
A Portaria nº 15/25, publicada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), representa um marco no sistema brasileiro de marcas ao regulamentar, de forma inédita e estruturada, a chamada distintividade adquirida – ou secondary meaning.
Mesmo nome, duas churrascarias. Pode isso?
Por Adriana Brunner 29 de julho de 2025
A Justiça manteve a convivência entre duas empresas chamadas Ponteio Churrascaria, mesmo uma delas sendo titular do registro para esta marca.
Por que registrar sua marca é essencial? O caso da “Pratic Limp”
Por Adriana Brunner 24 de julho de 2025
Uma empresa de produtos de limpeza conseguiu na Justiça a condenação de uma concorrente por violação do seu direito marcário ao utilizar a marca “Pratic Limp” para utensílios domésticos.
Brasil avalia suspender patentes americanas como retaliação comercial – quais os riscos dessa medida
Por Adriana Brunner 21 de julho de 2025
O governo brasileiro estuda uma estratégia de retaliação aos EUA após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros determinada pelo presidente Donald Trump.
Exclusividade vale ouro — literalmente
Por Adriana Brunner 18 de julho de 2025
A farmacêutica Novo Nordisk levou ao STJ sua última tentativa para prorrogar a patente do Ozempic, um dos medicamentos mais lucrativos do mundo atualmente, usado tanto no tratamento da diabetes quanto para perda de peso.
BYD e a suspensão das vendas: quando inovação precisa respeitar limites legais
Por Adriana Brunner 16 de julho de 2025
A Justiça determinou que a BYD suspenda as vendas de alguns modelos de veículos no Brasil por possível uso indevido de tecnologia 4G patenteada.
Mega Senha, mega disputa
Por Adriana Brunner 15 de julho de 2025
A RedeTV! está sendo questionada pela Fremantlemedia, produtora que afirma ser titular dos direitos sobre o formato original do programa Mega Senha.
INPI publica manual sobre a caducidade de patentes e reforça papel regulatório do instituto no Brasi
Por Adriana Brunner 14 de julho de 2025
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) acaba de publicar um manual técnico sobre a caducidade das patentes, prevista no artigo 80 da Lei da Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/96).
Mais Posts