Registro de estampas: como proteger os ativos visuais da sua empresa?
As estampas deixaram de ser apenas detalhes estéticos e se tornaram ativos estratégicos para marcas de moda, têxtil, design e varejo. Num mercado cada vez mais guiado por identidade visual, proteger esses elementos não é apenas uma medida jurídica — é parte central da estratégia de negócio.
A grande dúvida surge justamente aí: afinal, uma estampa deve ser protegida por direito autoral, desenho industrial, marca… ou por tudo isso?
1. Direito autoral: proteção automática, mas com limites
Estampas com alto grau de criatividade e expressão estética individual podem ser protegidas pelo direito autoral, independentemente de finalidade comercial.
O registro não é obrigatório, mas recomenda-se formalizar na Biblioteca Nacional para fins probatórios.
É a via adequada para criações mais artísticas — inclusive aquelas que incorporam obras protegidas, como personagens ou cenas de filmes (sempre com autorização).
2. Desenho industrial: ideal para uso comercial em escala
Quando a estampa é uma padronagem ornamental aplicada a produtos industriais — roupas, acessórios, embalagens, objetos decorativos — o caminho natural é o desenho industrial no INPI.
Aqui, exige-se novidade e originalidade, com registro obrigatório e validade prorrogável por até 25 anos.
É a proteção mais eficiente para empresas focadas em volume de produção e defesa ágil contra cópias.
3. Marca: quando a estampa vira identidade
Algumas estampas passam a desempenhar função distintiva, sendo reconhecidas como sinal de origem de uma marca.
Nesses casos, é possível registrá-las como marca — como faz a Louis Vuitton com seu Monogram Canvas.
Essa via garante proteção potencialmente indefinida, desde que a marca seja usada e renovada.
4. A proteção cumulativa: o caminho mais estratégico
Muitas estampas podem (e devem) ter proteção simultânea:
- como obra autoral,
- como desenho industrial,
- e, em casos específicos, como marca.
Essa combinação amplia a blindagem jurídica, fortalece o portfólio e aumenta o valor de licenciamento e exploração comercial.
Por que isso importa?
Num setor em que coleções mudam rápido e cópias surgem ainda mais rápido, uma arquitetura de proteção bem estruturada não é burocracia — é vantagem competitiva.
Resguardar suas estampas significa proteger sua narrativa visual, seu posicionamento de mercado e, principalmente, os ativos que sustentam o valor da sua marca.
Fonte:
Exame












