Mercosul e União Europeia: Acordo Histórico de Livre Comércio Impulsiona a Internacionalização de PMEs Brasileiras

Adriana Brunner • 6 de março de 2025

Após 25 anos de negociações, o Mercosul e a União Europeia anunciaram oficialmente um acordo de livre comércio que promete ser um divisor de águas para o comércio internacional. A medida visa reduzir ou eliminar barreiras tarifárias e não tarifárias entre os blocos, criando novas oportunidades para as empresas brasileiras, especialmente as pequenas e médias empresas (PMEs), que buscam expandir seus horizontes.


O Marco Econômico e Geopolítico


Este acordo é significativo não apenas pela sua dimensão econômica — unindo dois dos maiores blocos econômicos do mundo, com cerca de 718 milhões de pessoas e um PIB combinado de aproximadamente US$ 22 trilhões — mas também pela oportunidade de integração comercial. Esse acordo é uma excelente oportunidade para as empresas brasileiras ganharem acesso a novos mercados e aumentarem sua competitividade global. A redução de custos, simplificação de processos e maior previsibilidade nas transações comerciais são pontos positivos desse acordo, que também facilita a diversificação de mercados e o fortalecimento das marcas brasileiras.


A Oportunidade para as PMEs


Embora o acordo tenha sido anunciado em dezembro de 2024, ele ainda precisa passar por uma revisão jurídica e ser traduzido para os idiomas oficiais de cada país, antes de ser ratificado. Este período é crucial para os empresários se prepararem para as exigências técnicas e regulatórias do mercado europeu, um desafio especialmente para PMEs que não têm experiência internacional.


O acesso a um mercado de mais de 450 milhões de consumidores na União Europeia é um incentivo sem precedentes para pequenas empresas, mas para competir em pé de igualdade com grandes empresas, é fundamental estar adequado aos padrões de qualidade, sustentabilidade e inovação exigidos.


Internacionalização: A Preparação Essencial


O primeiro passo para a internacionalização de qualquer empresa é a informação. Isso envolve entender as exigências do mercado europeu, as certificações necessárias e as normas regulatórias locais. É essencial conhecer os padrões de qualidade e como proteger a propriedade intelectual.


Muitas empresas podem buscar consultorias especializadas para orientá-las ao longo do processo de internacionalização. Essas consultorias podem fornecer o suporte necessário para reduzir os riscos e garantir que cada etapa do processo seja um investimento, e não um custo.


A Importância do Preparo e da Sustentabilidade


Embora o acordo ofereça enormes oportunidades, ele também exige uma preparação contínua. Empresas que não estiverem alinhadas aos padrões de qualidade, sustentabilidade e inovação podem perder essa chance de ouro. A internacionalização não deve ser vista apenas como uma estratégia de crescimento, mas como uma verdadeira transformação para o empresário, ampliando sua visão global e fortalecendo suas marcas.


Oportunidade e Desafio


Este acordo entre o Mercosul e a União Europeia representa um marco na abertura de mercados para as PMEs brasileiras, oferecendo acesso privilegiado a uma região altamente competitiva e exigente. No entanto, ele também apresenta desafios significativos, que exigem preparo técnico e logístico por parte das empresas para aproveitar ao máximo as vantagens comerciais e minimizar as barreiras culturais, regulatórias e logísticas.


Proteção da Propriedade Intelectual: Essencial para a Competitividade Global


No contexto da internacionalização, é fundamental que as marcas e patentes de uma empresa estejam protegidas em ambos os mercados — tanto no Mercosul quanto na União Europeia. A proteção da propriedade industrial garante que os ativos intangíveis da empresa não sejam usados indevidamente por terceiros, protegendo contra a concorrência desleal e assegurando que a empresa possa explorar suas inovações e marcas de forma exclusiva em mercados internacionais. Sem essa proteção, o risco de imitação ou uso indevido de produtos e marcas aumenta, o que pode comprometer a competitividade e a reputação da empresa no mercado global. Por isso, é essencial que as empresas busquem registrar suas marcas e patentes nos países em que desejam atuar, minimizando os riscos jurídicos e fortalecendo sua presença internacional.


Fonte: O Globo

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